#clandestina62

22 anos, parda, São Paulo (SP)

Venho de uma família simples, de classe baixa de São Paulo. Namoro há 9 meses, estamos noivos há 2. Ele tem 29 e uma criança de outro relacionamento. Eu nunca quis ter filhos, e mesmo decidida nisso, imaginei que um dia ficaria grávida. Só não esperava por isso agora. Desde o inicio do nosso namoro eu usei anticoncepcional, nunca esqueci e tomava sempre na hora certa.

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#clandestina61

18 anos, negra, Rio de Janeiro (RJ)

Com 18 anos de idade eu fiz um aborto. Eu namorava desde os 16 anos, e desde então eu era sexualmente ativa. Por conta de alguns problemas de saúde que eu tenho desde que nasci, a minha médica me receitou um anticoncepcional bem caro, logo, como nem eu e nem meu ex namorado trabalhávamos, tinha mês que não rolava de comprar o anticoncepcional, era só camisinha mesmo. Nunca tive qualquer tipo de abertura pra conversar sobre sexo com meus pais, eles certamente achavam que eu ainda era virgem, o que tornou todo processo ainda mais complicado. Continue lendo #clandestina61

#clandestina60

Sou mãe de duas meninas, uma delas tinha apenas 1 ano e 3 meses quando engravidei. A ideia de ter outro filho dependendo tanto de mim, mamando, acordando à noite, me chamando, me apavorou muito, eu tinha vontade de morrer. A gravidez e o puerpério são momentos em que a vida da mulher fica suspensa, como numa bolha sobrevoando a realidade, é preciso querer muito e talvez ter esquecido dessa sensação. A sensação de suspensão ainda é muito viva em mim, mesmo com um bebê de 1 ano e 6 meses e eu não queria passar por nada daquilo de novo. Continue lendo #clandestina60

#clandestina59

Eu trabalhava como supervisora em boates no Rio de Janeiro. Automaticamente eu conhecia muita gente, todos os tipos. Eu sou bissexual. Me interesso muito em todas as formas de amor. Numa noite dessas me relacionei com um rapaz, desses garanhões de balada, fomos para um motel ali perto mesmo…E ele me disse que não tinha camisinha, na mesma hora respondi “Eu tenho!” no meio a transa ele por pura maldade tirou a camisinha e gozou. Fui pra casa, acreditei mesmo que não ia acontecer comigo. Continue lendo #clandestina59

#clandestina58

30 anos, branca

Ah, os privilégios. Não poderia começar esse texto sem antes listá-los. Sou branca, 30 anos, filha da classe média, já viajei pra Europa, faço pós-graduação em universidade pública. Hoje vivo bem com dois salários mínimos, sozinha. Meu companheiro tem o mesmo histórico. Meu aborto foi tranquilo, um privilégio, um privilégio que se virasse uma lei LOGO seria um DIREITO de todas as mulheres! Era só pegar no SUS! Continue lendo #clandestina58

#clandestina57

“Como eu poderia fazer um aborto estudando para ser médica?”

Eu tinha 19 anos. Faz um ano mais ou menos. Havia recém realizado o sonho de passar no vestibular para Medicina e as aulas começariam no mês seguinte, em outra cidade. Moro sozinha, sem minha família, nesta cidade, e um filho não combinaria com este momento. Fiquei em choque, muito assustada quando descobri que estava grávida. Continue lendo #clandestina57